No final de
semana passado e durante esta semana, uma discussão está em pauta nos
telejornais, mídia impressa, grandes portais de notícias e uma onda infindável de
discussões e debates acerca dos ‘’rolezinhos’’ de adolescente s nos shoppings
paulistas. Esses ‘’rolezinhos’’ são basicamente encontros de jovens, marcados
pela internet.
O crescimento de
adolescentes que participam desses ‘’rolezinhos’’ foi exponencial no ano de
2013. Basta olhar as notícias e as ocorrências envolvendo arrastões e uso de
força desproporcional de agentes de seguranças pública e privada.
No final de semana passado parece ter ocorrido o estopim desse fenômeno humano quando o shopping JK Iguatemi conseguiu uma liminar que lhe dá o direito de permitir ou não a entrada de indivíduos na sua propriedade. Isso foi o motivo para várias mídias onlines, blogueiros e páginas em redes sociais logo esbravejarem: APARTHEID BRASILEIRO! Tudo isso por causa de uma visão de mundo em que as classes estão sempre em constante conflito, isto é: a famosa luta de classes.
No final de semana passado parece ter ocorrido o estopim desse fenômeno humano quando o shopping JK Iguatemi conseguiu uma liminar que lhe dá o direito de permitir ou não a entrada de indivíduos na sua propriedade. Isso foi o motivo para várias mídias onlines, blogueiros e páginas em redes sociais logo esbravejarem: APARTHEID BRASILEIRO! Tudo isso por causa de uma visão de mundo em que as classes estão sempre em constante conflito, isto é: a famosa luta de classes.
Em primeiro
lugar, para um shopping, quanto mais gente o frequentar melhor será. Isso
porque os lojistas vendem mais nessa situação. Shoppings conseguem aliar
conforto, variedade e segurança em um único lugar, e talvez seja por isso que
tantas pessoas consomem nesses locais. Para o lojista que vende roupas de grife
ou de marcas não conhecidas, não importa a classe do indivíduo e nem a renda de
quem compra seus produtos, o que importa mesmo é vender. Mas é necessário que o
shopping consiga dar aos seus frequentadores comodidade e segurança para que as
vendas ocorram, e segurança requer poder consumir ou vender sem ser roubado ou ser
coagido por indivíduos ou grupo de indivíduos.
Acontece que com
a crescente onda de arrastões e brigas entre os vários grupos que fazem parte
dos ‘’rolezinhos’’, a atitude dos shoppings obviamente deveria ser e foi
diferente da que era tomada antes de acontecer tais crimes: era totalmente
permissiva aos adolescentes e a aqueles grupos. Ninguém gosta de passar por uma
rua em que existem muitos assaltos, sempre que podem as pessoas evitam
estacionar seus carros em ruas onde há muitos furtos e roubos de veículos e
ninguém, obviamente, gosta de ir a um shopping onde está acontecendo arrastões,
que nada mais é do que um coletivo de pessoas roubando outras pessoas e até
mesmo agredindo fisicamente.
No contexto brasileiro
existe uma enorme relativização da propriedade privada, com os shoppings isso
acontece de forma plena e absoluta. Apesar de ser uma boçalidade sem limites do ponto de vista mercadológico, os shoppings deveriam ter o direito de vetar
ou permitir que as pessoas adentrem ou não em seus espaços por ser uma
propriedade privada. É óbvio, volto a repetir, que não seria nada bom para os
lojistas que pagam aluguel pelos seus espaços que os shoppings tomassem
atitudes ‘’seletivas’’ quanto à entrada de pessoas em suas propriedades; além
disso, dispenderia um enorme custo operacional. E nunca é demais lembrar que
empresas estão sempre querendo cortar custos. Sendo, portanto, ilógico falar de
apartheid nessa situação em que os shoppings colocam policiais, maior número de seguranças e restringe o acesso de adolescentes em seus espaços. É uma atitude temporária até que os arrastões cessem e que se consiga novamente manter a ordem e a convivência pacífica nos espaços em questão. O leitor verá a seguir que isso não tem qualquer relação com segregação socioeconômica nos espaços ditos ''públicos'', tais como os shoppings.
A presença da
polícia e de um número maior de seguranças privados nos shoppings é uma resposta
necessária aos crimes que vêm ocorrendo nesses encontros dos adolescentes. Os
shoppings precisam dar uma resposta aos seus lojistas e aos seus clientes, e
neste contexto a resposta a ser dada a estes e a aqueles é SEGURANÇA! Porque caso
a segurança não seja mantida nos shoppings, as pessoas simplesmente vão parar
de frequentar estes estabelecimentos e as vendas de lojistas cairão, ou seja:
os shoppings vão perder vendas, lojistas e frequentadores. Isto é, perderá sua
razão de existir caso o caos persista.
Destarte, os
objetivos das proibições e das permanências de policiais (não estou concordando
com o abuso policial) nos shoppings são puramente econômicos, a finalidade é proteger
a boa convivência dentro e nas imediações dos shoppings, pois nesses locais
existem lojas para vários tipos de pessoas. E ali mesmo vários indivíduos de
diferentes regiões das cidades compartilham o mesmo espaço, indiferentemente de
classe, origem étnica, renda e localização. Portanto, a atitude de shoppings
não tem nada a ver com excluir os indivíduos das periferias, mas tem a ver com
garantir a ordem e a segurança naqueles estabelecimentos comerciais, garantindo
inclusive o acesso daqueles advindos das periferias e regiões com menor
desenvolvimento para que consumam e não sejam roubados, uma vez que aqueles que
praticam arrastões não dão a mínima para a condição socioeconômica de suas
vítimas. É necessário então combater o caos e defender o direito à propriedade
privada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário