Nos tempos da
Guerra Fria, como é de conhecimento de muita gente, o mundo se polarizou. E
nessa dita Guerra Fria não houve nada de ‘’fria’’, pois inúmeras guerras
ocorreram devido a tal conflito ideológico que tinhas duas potentes lideranças
– EUA e URSS. A instabilidade sentida pela comunidade internacional era
latente, isso porque a corrida armamentista e a instalação de bases inimigas
próximas dos territórios líderes da Guerra Fria só poderiam gerar extremas
instabilidades.
A queda do Muro
de Berlim em 1989¹ não foi suficiente para que a instabilidade na região da
qual a URSS tinha influência direta fosse exaurida. Em 2008 a Rússia entrou em
uma rápida guerra contra a Geórgia, após este país ter atacado a região da
Ossétia do Sul com o objetivo de por fim a um conflito territorial. A Rússia apoiou
a Ossétia do Sul derrotando a Geórgia e enviando forças militares com a
justificativa de proteger os russos daquela região. Bem parecido com o aumento
das tropas militares russas atualmente na Crimeia.
A região da
ex-URSS é ainda extremamente quente, fator deixado pela herança de uma guerra
tida como fria e o imperialismo bolchevique soviético. E é nesse interim contraditório que as
relações políticas entre o ocidente e a Rússia enfrentam hoje o início de uma
crise que pode se agravar. As potências ocidentais se mostram preocupadas com
as ações russas diante da ‘’Questão Ucrânia. ’’ O Presidente Vladimir Putin
parece não se guiar pelas declarações dadas pelos líderes dos EUA e os
europeus.
O posicionamento
de Putin diante das lideranças ocidentais é sintomático, o Presidente está
enviando sinais claros de que o seu país está pronto para um esforço de guerra.
Putin parece estar descartando a via diplomática em relação a sua obsessão
arriscada pela Crimeia. A posição da Ucrânia é cautelosa e dramática, uma vez
que não pode resistir por muito tempo, caso revide a invasão militar russa. Um
revide ucraniano abriria caminhos para a Rússia dominar todo o seu território.
Portanto, nada é mais sensato do que a posição precavida que a Ucrânia vem
tomando.
Cautela neste
momento é importantíssimo para os ucranianos, uma vez que as potências
ocidentais capazes de frear o ímpeto militar de Vladimir Putin se posicionam
também com críticas que se acentuam ao passar dos dias, mas não há um claro
posicionamento ocidental de que vá ajudar militarmente a Ucrânia. Parece que a
Rússia ainda não ultrapassou os limites necessários para uma mobilização de
tropas da OTAN e/ou dos EUA e demais potencias europeias. Mas nas declarações
de importantes políticos, diplomatas e governantes, há um importante
ingrediente de solidariedade aos ucranianos.
A loucura de
Putin é justamente saber que as potências ocidentais poderão intervir neste
conflito que parece estar só no início e ainda manter sua posição agressiva em
relação ao cenário internacional. Para, além disso, Putin tem uma agenda
política que beira a psicopatia: um exemplo é a perseguição e a criação de Leis
contra os homossexuais russos.
Putin pode
arrastar boa parte do mundo ocidental para uma guerra catastrófica, e tem
consciência plena disso. São injustificáveis seus argumentos de que a
intervenção no país vizinho tem o objetivo de proteger os russos daquela região
contra possíveis ataques de ultranacionalistas ucranianos. Essa justificativa
claramente não está colando no cenário das relações internacionais.
Curiosamente, um
importante historiador chamado Constantine Pleshakov escreveu um livro com o
título ‘’A Loucura de Stalin², ’’ e na obra o autor discorre dos resultados
consternadores causados pela loucura do ditador durante os anos iniciais da
invasão nazista no território soviético. E anos depois o mundo vê surgir um
exponencial louco que pode levar a incontáveis mortes e destruições.
Como não chamar
de louco um presidente que persegue pessoas por causa de suas escolhas sexuais
e sabe que sua postura em relação às outras nações é típica causa de uma guerra
que nos faz lembrar as dramáticas duas grandes guerras mundiais (1914-1918 e
1939-1945)? Putin pode colocar em risco ainda mais as liberdades individuais e
o bem maior dos indivíduos: a vida, em sua escalada imperialista insana.
2 A Loucura
de Stalin: os trágicos dez dias iniciais da Segunda Guerra Mundial no front
oriental/Constantine Pleshakov; tradução J.A. Gueiros – Rio de Janeiro: DIFEL
2008. 350p. :mapas
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