Corte a raiz e ela nunca mais
dará fruto podre! As redes sociais estão em polvorosa depois que a presidente
Dilma nomeou George Hilton para a pasta do esporte. O religioso que é do PRB de
Minas Gerais foi expulso do antigo PFL e agora DEM, por ser detido no Aeroporto
de Belo Horizonte pela Polícia Federal com dinheiro suspeito ao tentar sair do
país. Mas não adianta reclamar e gritar aos ventos sua indignação quanto ao perfil
do político que assumiu o ministério em questão.
Assim como uma doença é
necessário combater aquilo que causa a doença e não ficar vivendo de remédios e
medidas pontuais. E doença é o que parece ser a maneira como o Estado brasileiro
se encontra configurado. Um dos sintomas mais graves dessa doença é o próprio
Ministério dos Esportes. Esse órgão da Presidência faz diversos convênios com
ONG´s e associações voltadas para a prática e difusão dos esportes nas mais
diversas regiões. O Estado além de querer ser empresário, reitor, diretor e assistente
social, tenta ser, sem sucesso, diretor esportivo - colocando na estratosfera a
arrecadação tributária para se manter. Sem sucesso por que são rios de dinheiro
jogados nas mãos de associações e ONG´s que não conseguem atingir os seus objetivos
aparentes– não raras vezes os casos de desvios são divulgados pela mídia
envolvendo esse ministério e as ONG´s.
Apesar de termos um Ministério
voltado exclusivamente para os esportes e com grande volume de receita fiscal,
os esportes no Brasil são um fiasco retumbante. É notório que os ministérios no
Brasil não têm em seus cargos de chefia caráter técnico especializado e sim uma
complexa rede de barganhas político-partidárias. O resultado disso são ministérios
sem autonomia necessária para servir de forma eficiente à sociedade, e acontece
a submissão total dos chefes ministeriais à Presidência. Isso sem contar que
uma nomeação ministerial se torna um importante ingrediente para aumentar a
base eleitoral local do político nomeado. Claro que isso denota o interesse,
muitas vezes, puramente político em se tornar ministro.
Para demonstrar a ineficiência do
Ministério dos Esportes e sua desnecessária existência é só olharmos para a
iniciativa privada, em relação aos eventos e iniciativas promovidas pelas
empresas de forma muito mais eficaz e eficiente. Ao contrário do Ministério dos
Esportes, as ações promovidas pela iniciativa privada (ONG´s, associações sem
recursos financeiros e empresas) são infinitamente superiores a esse
ministério. É um desperdício que chega a níveis imorais, pois os contribuintes
que morrem em filas de hospitais são os mesmos que assistem seus filhos passarem
de série escolar sem saber ler nem escrever, sofrem assaltos diariamente, são vítimas
de sequestros e estupros, sofrem por causa de uma infraestrutura arcaica e
ainda têm que financiar a boa vida de ministros e ocupantes de cargos de livre
nomeação. Ministros que na maioria das vezes não têm conhecimento algum sobre a
pasta que vão chefiar.
O Ministério dos Esportes, devido
sua organização político-partidária que abandona o conhecimento
técnico-especializado, junto a sua grande receita fiscal criou um mercado de
ONG´s e associações que perdem o seu caráter autônomo e de interesse da
sociedade civil organizada ao receberem verbas gordas vindas do ministério. E
passam a ser não governamentais só no nome. Por muitas vezes os diretores dessas
ONG´s têm uma estreita ligação com políticos, partidos e o próprio ministério.
Podem servir, portanto, ao ideal de ganhos privados se utilizando de recursos
públicos advindos dos bolsos dos cidadãos produtores.
Por fim, o que o Ministério dos
Esportes faz é aumentar a possibilidade no aumento do número de parasitas,
corruptos, corruptores, desvios de verbas públicas, criação de associações e
ONG´s inúteis e fantasmas – além é claro de institucionalizar e incentivar os
indivíduos a se apoiarem nesse aparato corrupto que usa o esporte como máscara.
Então, não adianta reclamar de George Hilton chefiando a pasta, temos é que
cortar a raiz! Isso significa ou acabar com o Ministério ou torná-lo
independente, técnico e autônomo – isso seria institucionalmente se manter o
mais longe possível das inescrupulosas artimanhas políticas que ocorrem neste
país.